terça-feira, 10 de junho de 2008

Moda Foca News - Arrastão de Carcavelos foi há 3 anos

Lembram-se do Arrastão da Praia de Carcavelos há precisamente três anos, por curiosa coincidência no Dia de Portugal e Dia da Raça, por parte de 500 jovens filhos de imigrantes oriundos de África?

Lembram-se também da fotos publicadas que mostravam o tal arrastão?



Fotos essas que foram tiradas horas depois do ocorrido quando chegou a polícia e os fotógrafos. A primeira mostra uma multidão de banhistas (são um pouco escuros de facto, são miúdos e provavelmente sem grandes posses económicas, mas desculpem lá, são banhistas) a debandar. Talvez tenha chegado o corpo policial nesse momento. Se eu (sou da cor do George Bush, no Inverno) lá estivesse também ficaria um pouco apreensivo ao ver chegar um corpo policial armado de bastões.

A segunda foto foi a mais divulgada. Foi aquela que mostrou aos portugueses bem pensantes a ameaça negra que este país sofre. Esta foto mostra um momento de alguma tensão policial para quem for distraído, muito distraído, pouco distraído, deficiente mental ou bastante hipócrita.

Em primeiro plano temos ali uma ou duas famílias com crianças que não estão propriamente a fugir e que até a polícia chegar, e durante o tal arrastão, pelos vistos também não fugiram.
Em segundo temos uns polícias a andarem com calma e quase descontraídos.
Em terceiro, lá ao fundo, brancos e pretos um pouco agitados. O corpo policial está a dirigir-se na sua direcção e um dos agente tem uma arma de fogo nas mãos.


OK.... Neste pormenor da segunda foto temos de admitir que existe um momento que prova a existência do tal anunciado arrastão. Um delinquente negro, disfarçado de banhista, está a ser controlado por dois polícias. O da esquerda com o bastão para baixo diz-lhe qualquer coisa, afasta-o com a mão ou apenas faz o seu trabalho. E à sua direita apontando-lhe visivelmente uma arma à cabeça temos um segundo polícia dotado de super-poderes. Voa!


Dias depois em conversa com um aluno meu que dava aulas de surf na mesma praia, ele disse-me que nesse dia não esteve lá mas os funcionários daquela praia com quem falou não deram por arrastão nenhum. A única queixa de roubo nesse dia foi da senhora dos gelados. Roubaram-lhe um.

Umas semanas depois, houve uma manifestação de agentes da PSP em Lisboa, da Praça do Comércio a São Bento para se queixaram em relação a questões de segurança na sua profissão. Terão certamente as suas razões de queixa. Por acaso também estava na zona naquela altura e vi a deslocação em pequenos grupos dos agentes à civil em direcção a São Bento.
Estranhei o facto de que se encontravam na manifestação muitos participantes (não sei se eram da PSP ou não) de cabeça rapada. Muitos mesmo.

Os meus parabéns ao fotógrafo e um bom Dia da Raça para todos.
Ou um bom feriado, parece que não vai chover.

Álvaro


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'Arrastão' na praia de Carcavelos
DN 11-6-2005


"Arrastão": trabalho dos media revelou "evidente falta de rigor informativo, isenção e objectividade"
Últimahora/Público a 25-11-2005

10 comentários:

Zé Oliveira disse...

...houve arrastão sim senhor!
Lá ao fundo, quase na linha do horizonte, passou um arrastão de norte para sul que foi visível durante aproximadamente cinco minutos. Não mais, porque ninguém tem pachorra para estar um quarto de hora a olhar para um arrastão, uma traineira fura-greves ou mesmo o yate do Herman José.
Registe-se que quem reparou no arrastão foi a senhora dos gelados, que disse assim: "olha um arrastão", e ficou especada a ver navios. Foi nessa altura que um rapazola filho de um administrador da Galp, habituadíssimo às histórias de gamanço que o pai conta lá em casa à mesa, deu por si a cleptogamar um gelado à senhora. Esta é que é a verdade.
z

Anónimo disse...

Na altura, o Psicotapa, ainda na sua versão antiga, publicou esta notícia

S. disse...

Creio que a Diana Adringa fez um documentário desmascarando o «hoax».

Anónimo disse...

"E à sua direita apontando-lhe visivelmente uma arma à cabeça temos um segundo polícia dotado de super-poderes. Voa!"

Ou eu estou a precisar de mudar de lentes ou estarás tu, Álvaro.
Eu não vejo nenhum polícia a apontar a arma.
Serei o último a defender a tese do "arrastão" mas convém quando se rebate assuntos destes ter cuidado em não cair em erros primários que acabam por minar os nossos argumentos.

alexandra a. disse...

Bem lembrado! Os media esticam-se, ás vezes. Adoram fazer drama, espalhar pânico, insegurança e facilmente veiculam preconceitos. Não me lembro do trabalho da Diana Andringa, mas concerteza foi certeira.

Alvaro disse...

Anónimo, eu tenho por hábito não comentar um texto antes de o entender.

Anónimo disse...

Àlvaro,
embora nem sempre concorde contigo, tenho-te em grande estima. Mas acho que deste um tiro no pé (salvo seja) com esta frase.
Como sou loura mas pensava que não era burra, fazes-me o favor de explicar o que queres transmitir com este texto?
È que defendes uma posição e depois armadilhas essa mesma posição. Ou ainda não te deste conta?

Alvaro disse...

Não dei conta de quê?

Anónimo disse...

Esquece.
Quando voltar para aí explico-te melhor.
Por ora estou longe de casa.

Alvaro disse...

Tá bem. E já agora, se puder ser, identifica-te.