quinta-feira, 12 de novembro de 2009

O DIÁRIO DE MATEUS


O meu nome é Mateus, mas os amigos tratam-me por “Rosé”, já que tenho tendência para corar na presença das senhoras.
A minha mãe, D. Rosa, já era vibradora por influência familiar e mal nasci ela sabia que eu havia de ganhar a vida a meter-me com as senhoras.
Este ano fui destacado para entrar em acção com Billy Raise e Tereza Julisova (Tea para os amigos).

As meninas vieram da República Checa e alistaram-se na marinha portuguesa. Mas se as continências do rigor militar se impunham do lado de fora do stand da Exotic Angels, entre quatro paredes as coisas eram muito diferentes. Imperava aí a incontinência sexual das meninas, que se metiam uma com a outra, se metiam com o público e me metiam uma na outra.



E apesar de serem muito bonitas e de eu me considerar trabalhador, se quisesse passar o dia todo a entrar e a sair dos mesmos túneis tinha-me inscrito num centro de emprego como condutor de Metropolitano ou mineiro. Não estava preparado para 12 shows por dia com a Billy e a Tea. Por mim, com a Tea era às 17 horas. Tea for two, five o’clock Tea.


Também não sou nenhum gelado da Olá ou um chupa-chupa. Por isso não percebo o motivo de tanto a Billy como a Tea passarem o dia a lamber-me e a chupar-me, indiscriminadamente. Antes e depois de entrar ao trabalho.


Além do mais, o meu contrato era com a Exotic Angels. Que elas me lambessem e chupassem, que elas me introduzissem nas suas virtuosas personalidades (no centro está a virtude) era trabalho. E trabalho é trabalho, conhaque é conhaque e lubrificante é lubrificante.




Mas permitam-me que considere um abuso sempre que tanto a Tea como a Billy me ofereciam ao público para ser lambido, imediatamente depois de sair do trabalho, tanto com uma como com a outra.
Felizmente o público português percebeu que eu não gosto de misturas, apesar de vibrar com certos espectáculos, quando sabem dar-me a volta. Porque eu tenho pilhas de talento.


Não sei se o meu futuro é cor de rosa, mas a minha política é o trabalho e não me tenho dado nada mal com isso.


O meu nome é Mateus, mas os amigos tratam-me por “Rosé”, já que tenho tendência para corar na presença das senhoras.


Os meus respeitos, digníssimo público.


Dick Hard

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