A DANÇA DAS CADEIRAS
(Só faltou o Salazar cair!)
Não consta da história de Portugal que António (não um rapaz de Lisboa) tenha caído da cadeira por causa de um show lésbico. Os tempos eram outros. Os “sixties” portugueses não tiveram direito a Salão Erótico em zona de Expo (pavilhão 4, ao pé do bar Havana). Da liberdade do Maio de 68 à libertinagem cosmopolita da Expo-98 ainda vai uma distância.
Agora, em Dia de Bruxas de 2009 (31 de Outubro) não faltaram quedas da cadeira um pouco por todo o lado. O que equivale a dizer: um pouco por todos os palcos de show lésbico.
Com particular destaque para o stand da Exotic Angels, onde Billy Raise (a loura que era morena) e Tea (a morena que era loura aos caracóis) se despiram de preconceitos e foram dignas representantes do país homenageado pelo quinto SIEL (Salão Internacional Erótico de Lisboa), a República Checa.
Claro que isto de quedas da cadeira tem que se lhe diga. Homens e mulheres caíram das cadeiras porque as ditas tinham peso a mais (com Tea ou Billy Raise sentadas ao colo do público) ou já estavam um bocado trôpegas, mas não românticas. As perninhas de plástico branco cediam à emoção e as cadeiras desfaleciam.
E tanto desabavam os homens e mulheres portugueses (como se tivessem sido implodidos) com as checas por cima como caíam os portugueses e as portuguesas, sós nas suas cadeiras, quando as checas estavam deitadas no palco, em plena sessão linguístico-cultural de aprimorado conceito estético.
E era ver o povo a rir, feliz, realizado. Chaplin e Buster Keaton já lá vão, Fatty Arbuckle é uma saudade, Laurel and Hardy também. Mas uma queda é sempre uma queda. E o riso solta-se se a coreografia for boa.
Óptima era a coreografia do público, ávido de emoções fortes, esfaimado do melhor ângulo. Caíam as roupas das checas, levantava-se o público, saltavam homens de um lado para o outro. As checas por baixo, os homens por cima, de lado, por onde houvesse uma nesga onde coubesse um telemóvel, uma câmara de vídeo ou uma máquina fotográfica.
Numa mistura de valsa de Strauss com formação espontânea de rugby, num curioso casamento de dança das cadeiras com danças de salão. Billy Raise e Tea sorriam, os portugueses e portuguesas suavam. Digo bem, suavam. Que aquilo já não era transpirar.
Show lésbico. Dois euros e meio de loucura importada da República Checa. Obrigado, Óscar Rosmano, por teres trazido estes dois anjos exóticos. Dez minutos de perfeita loucura. E quem é o louco que pretende ser sóbrio no meio da embriaguez da beleza?
Dick Hard
Agora, em Dia de Bruxas de 2009 (31 de Outubro) não faltaram quedas da cadeira um pouco por todo o lado. O que equivale a dizer: um pouco por todos os palcos de show lésbico.
Com particular destaque para o stand da Exotic Angels, onde Billy Raise (a loura que era morena) e Tea (a morena que era loura aos caracóis) se despiram de preconceitos e foram dignas representantes do país homenageado pelo quinto SIEL (Salão Internacional Erótico de Lisboa), a República Checa.
Claro que isto de quedas da cadeira tem que se lhe diga. Homens e mulheres caíram das cadeiras porque as ditas tinham peso a mais (com Tea ou Billy Raise sentadas ao colo do público) ou já estavam um bocado trôpegas, mas não românticas. As perninhas de plástico branco cediam à emoção e as cadeiras desfaleciam.
E tanto desabavam os homens e mulheres portugueses (como se tivessem sido implodidos) com as checas por cima como caíam os portugueses e as portuguesas, sós nas suas cadeiras, quando as checas estavam deitadas no palco, em plena sessão linguístico-cultural de aprimorado conceito estético.
E era ver o povo a rir, feliz, realizado. Chaplin e Buster Keaton já lá vão, Fatty Arbuckle é uma saudade, Laurel and Hardy também. Mas uma queda é sempre uma queda. E o riso solta-se se a coreografia for boa.
Óptima era a coreografia do público, ávido de emoções fortes, esfaimado do melhor ângulo. Caíam as roupas das checas, levantava-se o público, saltavam homens de um lado para o outro. As checas por baixo, os homens por cima, de lado, por onde houvesse uma nesga onde coubesse um telemóvel, uma câmara de vídeo ou uma máquina fotográfica.
Numa mistura de valsa de Strauss com formação espontânea de rugby, num curioso casamento de dança das cadeiras com danças de salão. Billy Raise e Tea sorriam, os portugueses e portuguesas suavam. Digo bem, suavam. Que aquilo já não era transpirar.
Show lésbico. Dois euros e meio de loucura importada da República Checa. Obrigado, Óscar Rosmano, por teres trazido estes dois anjos exóticos. Dez minutos de perfeita loucura. E quem é o louco que pretende ser sóbrio no meio da embriaguez da beleza?
Dick Hard
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