terça-feira, 18 de outubro de 2011

"TENHO ORGULHO EM SER AMIGO DE JOSÉ SÓCRATES"


"TENHO ORGULHO EM SER AMIGO DE JOSÉ SÓCRATES"

João José Cristóvão foi o braço direito do ex-presidente da Câmara da Covilhã Jorge Pombo.

O seu nome foi visado nas cartas anónimas de 1997 que denunciavam que teria recebido dinheiro, juntamente com o autarca e José Sócrates, na altura secretário de Estado do Ambiente, para adjudicar a construção da central de compostagem da Cova da Beira à empresa HLC.



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Julgamento: Jorge Pombo e João Cristóvão passaram de arguidos a testemunhas

Amigos de Sócrates livres do processo

Jorge Pombo, ex-presidente da Câmara da Covilhã, e o seu assessor, João Cristóvão, passaram de arguidos a testemunhas no processo de investigação à adjudicação da obra da central de compostagem de lixo da Cova da Beira à empresa HLC, do empresário Horácio Carvalho.


Isto apesar de ambos, juntamente com José Sócrates, na altura secretário de Estado do Ambiente, serem os principais visados pelas cartas anónimas de 1997, que denunciavam que tinham recebido dinheiro, mais de 1,5 milhões de euros, para viciar todo o processo. A PJ conclui também haver fortes suspeitas de que todo o processo "foi controlado por pessoas ligadas ao PS da Covilhã".

José Sócrates nunca chegou a ser arguido. E, em 2003, quando a PJ solicitou autorização para a realização de buscas domiciliárias ao ex-primeiro-ministro e a João Cristóvão, o procurador Hélder Cordeiro rejeitou o pedido. O que permitiu que a parte dos autos que se referia aos socialistas da Covilhã tivesse sido arquivada em 2007.

No caso de Jorge Pombo, foram efectuadas buscas domiciliárias e chegou a ser arguido, mas o procurador responsável pelo inquérito, Sérgio Pena, entendeu arquivar os autos, também em 2007, por considerar não ter sido reunida prova suficiente para o acusar.

"Da análise dos elementos de prova produzida refira-se, desde já, que no presente caso não está suficientemente indicada a prática pelos suspeitos do crime de corrupção passiva para acto ilícito, de qualquer outro", lê-se no despacho de arquivamento parcial. Apenas se deu como provado, "através de contactos informais", que houve várias deslocações de Jorge Pombo e de João Cristóvão a Lisboa para encontros com Horácio Carvalho, na sede da HLC, e com José Sócrates, no Ministério do Ambiente, na altura em que decorria o concurso de adjudicação da obra da central de lixos.

Foi, aliás, o motorista do presidente da Câmara da Covilhã quem relatou os encontros à PJ.

Mas, no despacho de arquivamento lê-se: "Apesar de existirem suspeitas de contactos dos referenciados, entre si e com o Horácio Carvalho, representante do consórcio vencedor, não foi possível indiciar qualquer acto ou omissão, directa ou indirectamente imputável àqueles, que, por contrário aos deveres dos cargos que exerciam à data dos factos, possa fundamentar o acto ilícito para o preenchimento do tipo."

Acabaram como arguidos, Horácio Carvalho, António Morais e a ex-mulher deste, Ana Simões, gerente da empresa Ana Simões & Morais, que avaliou propostas das empresas candidatas no concurso. Sócrates, Cristóvão e Jorge Pombo serão testemunhas no processo.

"TENHO ORGULHO EM SER AMIGO DE JOSÉ SÓCRATES"

João José Cristóvão foi o braço direito do ex-presidente da Câmara da Covilhã Jorge Pombo.

O seu nome foi visado nas cartas anónimas de 1997 que denunciavam que teria recebido dinheiro, juntamente com o autarca e José Sócrates, na altura secretário de Estado do Ambiente, para adjudicar a construção da central de compostagem da Cova da Beira à empresa HLC.

Em declarações ao CM, garantiu desconhecer "por completo o processo". "Disseram que eu era arguido, dizem que sou testemunha, mas, na verdade, eu nunca fui ouvido por ninguém. Nem pela Polícia Judiciária nem por outra polícia", refere o militante socialista, frisando que, à data dos factos, era adjunto de Jorge Pombo, presidente da Câmara da Covilhã. "Eu não era o adjunto do presidente da Associação de Municípios da Cova da Beira, que era o mesmo Jorge Pombo", adianta em forma de defesa.

Cristóvão diz que, quando o processo estiver esclarecido, vai "pedir respon-sabilidades", uma vez que "tentaram" metê-lo em "situações menos claras" por questões políticas.

"Sou amigo José Sócrates e tenho muito orgulho nisso. Hoje em dia, parece ser crime ser amigos de certas pessoas", lamenta João José Cristóvão.

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