domingo, 11 de março de 2012

SJ critica PSD-Madeira por promover caça às bruxas

SJ critica PSD-Madeira por promover caça às bruxas

Publicado a 01/03/2012 Comunicados

A Direcção Nacional do Sindicato dos Jornalistas repudia a provocação feita pelo PSD-Madeira, na edição de Março do seu órgão oficial, a cinco jornalistas que trabalham na região autónoma e que o jornal classifica de “indígenas que também viram contra nós a opinião pública do Continente”.

O jornal oficial do PSD-Madeira, “Madeira Livre”, publicou as fotografias de Tolentino Nóbrega (“Público”), Lília Bernardes (“Diário de Notícias”), Nicolau Fernandes (TSF), Gil Rosa (RTP) e Egídio Carreira (RDP), apontando-os aparentemente como "inimigos", o que na opinião do SJ configura uma "tentativa de condicionamento da liberdade" dos visados e "pode constituir uma instigação" à sua perseguição.
Manifestando "total solidariedade para com os profissionais visados", o SJ, em comunicado hoje divulgado, reafirma a sua "convicção de que os jornalistas em serviço na Madeira desempenham a profissão com o maior esforço de profissionalismo", exorta os dirigentes do PSD_Madeira a "porem cobro a atitudes como estas" e apela a "maior vigilância por parte de todos os jornalistas contra provocações e quaisquer tentativas de condicionar o seu trabalho".

É o seguinte o texto, na íntegra, do Comunicado do SJ:

SJ repudia caça às bruxas na Madeira
1. O jornal oficial do PSD-Madeira, “Madeira Livre”, publicou, na última página da sua edição de Março, um conjunto de fotografias de cinco jornalistas que naquela região autónoma prestam serviço em órgãos de informação de âmbito nacional encimado pelo seguinte título: “São estes indígenas que também viram contra nós a opinião pública do Continente”.
2. Embora não sendo inédita a publicação de fotografias de jornalistas que o PSD-Madeira parece reputar como “inimigos” – seus ou da Madeira – , a inserção das fotos, acompanhadas da respectiva identificação, e a classificação que é imputada aos nossos camaradas Tolentino Nóbrega (“Público”), Lília Bernardes (“Diário de Notícias”), Nicolau Fernandes (TSF), Gil Rosa (RTP) e Egídio Carreira (RDP), suscita séria preocupação ao Sindicato dos Jornalistas.
3. Em primeiro lugar, porque evidencia uma extrema dificuldade do PSD-Madeira em lidar com uma realidade inelutável: os jornalistas, e em particular os visados, não estão ao seu serviço nem são instrumentos da propaganda do Governo Regional ou de silenciamento da grave situação na região. Tal dificuldade é grave num partido que faz parte do sistema democrático.
4. Em segundo lugar, tal prática configura uma tentativa de condicionamento da liberdade dos jornalistas, pode constituir uma instigação, nomeadamente para os militantes e simpatizante do PSD-Madeira, à perseguição dos jornalistas visados, ou pelo menos uma indicação implícita a atitudes incorrectas para com os visados. A confirmar-se, trata-se de uma consigna perigosa para a liberdade de imprensa na região e um acto antidemocrático intolerável, sendo mesmo de recear uma caça às bruxas na Região Autónoma da Madeira.
5. A Direcção Nacional do Sindicato dos Jornalistas manifesta total solidariedade para com os profissionais visados, reafirma a sua convicção de que os jornalistas em serviço na Madeira desempenham a profissão com o maior esforço de profissionalismo, repudia a provocação do PSD-Madeira, exorta os seus dirigentes a porem cobro a atitudes como estas e apela a maior vigilância por parte de todos os jornalistas contra provocações e quaisquer tentativas de condicionar o seu trabalho.

Lisboa, 1 de Março de 2012

A Direcção

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